quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


Nas últimas décadas, muita atenção e recursos têm sido empregados para descobertas tecnológicas que reduzam a contaminação do ambiente e/ ou aumentem a eficiência na utilização de materiais e de energia. Estes esforços são necessários, mas para conseguir uma transição para um modelo de desenvolvimento sustentável, é necessário desenvolver uma compreensão mais holística de sistemas de produção e consumo. Dentro do enfoque de promover a sustentabilidade, ocorreu uma nova edição do Fórum Social Mundial de Porto Alegre- RS, que se realizou de 26 a 31 de janeiro como um preparo para a edição mundial do evento em Túnis, capital da Tunísia (que ocorrerá entre 26 e 30 de março). Mais uma vez, o Instituto de Sustentabilidade Social – ISS participou nas discussões.

Neste evento, as múltiplas atividades, oficinas e palestras proporcionaram aos participantes e voluntários um panorama de temas importantes para reflexão, tais como, Ética, Igualdade Racial, Direitos Humanos e Segurança; Segurança Alimentar e Nutricional, Manifestações Artísticas, Programas Municipais (Na Boa em Poa), Educação e Atualidade, Saúde e Segurança dos Trabalhadores e trabalhadoras, Seminário sobre Energia Renovável além de programações voltadas ao público infantil (Programação do Forinho).

Considerando que o padrão de consumo da nossa sociedade contradiz o conceito de sustentabilidade, o ISS esteve presente na Oficina sobre Reciclagem oferecida, que tratava principalmente de resíduos especiais. De acordo com as informações do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) de Porto Alegre, apesar dos 5 PERE (Postos de Entrega de Resíduos Eletrônicos) instalados na cidade, assim como o óleo de cozinha, ainda não existe um volume suficiente para gerar renda às cooperativas. Mas representantes de uma Unidade de Triagem (UT)- CEAR mostraram interesse de aprender mais sobre estes materiais. Na divulgação sobre o Programa de Inclusão Produtiva na Reciclagem, cooperativas de catadores conheceram máquinas de beneficiamento do plástico, que pode agregar maior renda ao grupo pela venda de produtos e a possibilidade de estabelecer parcerias público -privada para obtenção de máquinas e capacitação. Por exemplo, além dos treinamentos já oferecidos pela Prefeitura às entidades cadastradas interessadas, a Braskem pretende capacitar carroceiros e carrinheiros para o mercado de trabalho e agregar valor à cadeia produtiva de plástico.

Em vários países, como a Alemanha e outros do norte europeu (com destaque para a Escandinávia), acordos setoriais dos produtores de plástico permitem uma gestão adequada dos resíduos. No Brasil, esta prática ainda não existe, mas em função de uma linha de financiamento do BNDES para as cidades sede de jogos da Copa do Mundo será possível impulsionar cooperativas de reciclagem em consonância com o Plano Municipal de Resíduos Sólidos de Porto Alegre.